A seiva vermelha do sangue de dragão (Croton lechleri) |
Família botânica: Euphorbiaceae
Subfamília: Crotonoideae
Partes usadas: seiva, folhas, cascas, raízes, sementes. (No caso do óleo essencial, utiliza-se a seiva)
Subfamília: Crotonoideae
Partes usadas: seiva, folhas, cascas, raízes, sementes. (No caso do óleo essencial, utiliza-se a seiva)
Componentes químicos:
terpenos (principalmente diterpenos), óleos voláteis, alcaloides
(taspina) e flavonoides. Entre os diterpenos podem ser destacados os
clerodanos, traquilobanos, labdanos, cauranos, ésteres de forbol e uma
nova classe de diterpenos, os sarcopetalanos. E ainda, monoterpenos
(cineol e lanalol), sesquiterpenos (cariofileno), fenilpropanóides
(eugenol e anetol), proantocinidinas e taninos (dimetilcedrusina).
Ações: cicatrizante, citofilático, antioxidante, antiviral, antibacteriano,antiinflamatório.
Origem: Peru,
Equador, Colômbia e norte do Brasil (Amazônia). Outras espécies de
Croton são encontradas na Índia, Indonésia, Ilhas Canárias, Argentina e
Uruguai
Desde o século
XVII, portugueses e espanhóis já conheciam, usavam e vendiam frascos com
um precioso líquido vermelho que era utilizado em poções mágicas com
poderes afrodisíacos e de proteção, além de misturas medicinais. Era a
seiva da árvore Dracaena draco, trazida das Ilhas Canárias.
Na Índia e na Indonésia, a palmeira Daemonorops draco exsudava uma seiva similar. Na América do Sul, os índios também possuíam seu próprio Sangue de Dragão, da espécie Croton lechleri, na floresta amazônica. Atualmente, esta espécie é uma das mais fitoquimicamente pesquisadas.
Na Índia e na Indonésia, a palmeira Daemonorops draco exsudava uma seiva similar. Na América do Sul, os índios também possuíam seu próprio Sangue de Dragão, da espécie Croton lechleri, na floresta amazônica. Atualmente, esta espécie é uma das mais fitoquimicamente pesquisadas.
Daemonorops draco - da Indonésia |
Dracaena draco - das Ilhas Canárias |
Croton lechleri - do Brasil |
Propriedades do Sangue de Dragão
É um poderosíssimo cicatrizante, um dos mais fortes conhecidos, devido à presença de taspina e dimetilcedrusina,
que são eficientes tanto na cicatrização da pele quanto no fechamento
de úlceras gástricas e duodenais. Os índios já utilizavam a seiva para
curar ferimentos e estancar sangramentos. A seiva seca rapidamente,
formando uma espécie de segunda pele e promove (de acordo com estudos) a
formação de colágeno e a quimiotaxia de fibroblastos.
Em procedimentos
estéticos e produtos cosméticos, por ser rico em antioxidantes
(polifenóis e proantocianinas), é utilizado para aumentar a síntese de
colágeno (reduzindo a formação de rugas) e promovendo o rejuvenescimento da pele. Também é muito utilizado no tratamento da acne, devido ao seu poder antibacteriano e antiinflamatório.
Em tratamentos estéticos: máscaras de argila com o.e. de sangue de dragão |
Experimentos
mostraram que a seiva também é um excelente antibacteriano e antiviral,
inibindo vários tipos de vírus, incluindo os da gripe, hepatite (A e B) e
herpes simples.
Em 1999, foi comprovada a ação do sangue de dragão sobre a bactéria causadora da gastrite e das úlceras de estômago (Helicobacter pylori).
Também foi observado que a seiva de dragão é mais potente que a
penicilina e o clorafenicol diante de algumas bactérias causadoras de
infecções (E. coli, B. subtilis e S. aureus), além de combater a candidíase e os fungos micóticos.
Na Amazônia, as
índias faziam banhos vaginais com seiva de dragão momentos antes do
parto, visando a assepsia e posterior diminuição das dores e
sangramentos.
Segundo o Dr. John Wallace, da Universidade de Calgary, no Canadá, "não existe na atualidade médica nenhuma substância que nós conhecemos que possua estas mesmas atividades". Ele
se refere ao fato do sangue de dragão não somente prevenir a sensação
de dor mas também bloquear a resposta do tecido a químicos liberados
pelos nervos que promovem a inflamação.
Seiva de sangue de dragão seca |
Seiva de sangue de dragão exsudando |
Em outros estudos, demonstrou-se que o sangue de dragão:
* bloqueia
topicamente a ativação das fibras nervosas que liberam sinais de dor
para o cérebro, funcionando como um "assassino" da dor. Este efeito que dura até 6 horas,
foi aplicado a partir de géis na concentração de 1-3% desta resina no
tratamento e alívio de reumatismos, artrites, artroses, inflamação do
nervo trigêmeo, fibromialgia, entre outras;
* apresentou alívio na picada de um número variado de insetos em apenas 90 segundos e também estendeu o efeito por 6 horas.
* mostrou a capacidade de inibir a proliferação de células leucêmicas e capacidade citostática frente a tumores KB e V-79.
O sangue de
dragão também é utilizado na medicina veterinária, no tratamento de
infecções cutâneas, verrugas, feridas, abcessos, otites, entre outras.
Indicações
Para ferimentos e queimaduras:
10 gotas de óleo essencial de sangue de dragão diluídos em 5ml de álcool de cereais
100ml de hidrolato de lavanda
Agite bem antes de usar e borrife nas áreas afetadas 2 a 3 vezes ao dia.
Para higiene íntima:
8 gotas de óleos
essencial de sangue de dragão em 1/2 xícara de água e aplicar com
algodão; ou para banho de assento,15 gotas em uma vasilha de água.
Pequenos ferimentos e aftas:
pode ser aplicado puro em pequena quantidade.
Em cosméticos:
pode ser usado em máscaras de argila ou em cremes/géis base na concentração de 1-3%
Contraindicações
Na maioria das
referências não se encontram contraindicações. Contudo, existem a
citação de estudos realizados no Peru e na Alemanha onde se notou que o
uso constante e prolongado do o.e. de sangue de dragão pode ocasionar
anemia.
Referências:
LASZLO, Fabian. Sangue de dragão - o sangue cicatrizante da floresta.
Disponível em: http://www.laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf [acesso em 13/04/2013]
Disponível em: http://www.laszlo.ind.br/campanhas/SANGUE_DE_DRAGAO_LASZLO.pdf [acesso em 13/04/2013]
MATOS, M.M. Liss. Química de espécies nativas de Croton L.(Euphorbiaceae).
Dissertação de mestrado. São Paulo. USP, 2011.
Disponível em: Biblioteca Digital USP [acesso em 13/04/2013]
Dissertação de mestrado. São Paulo. USP, 2011.
Disponível em: Biblioteca Digital USP [acesso em 13/04/2013]
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