quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Como Plantar Morango







O morango é um pseudo-fruto, originário do receptáculo floral que se torna carnoso e suculento e rico em vitamina C. Os frutos verdadeiros são pequenos aquênios, vulgarmente denominados “sementes”. Os morangos são consumidos in natura ou aproveitados para fabricação de iogurtes, sucos, geléias, bolos, etc.

Planta herbácea, rasteira e perene da família Rosaceae, propagada por via vegetativa, através de estolhos. Em geral, a cultura para produção de frutos é renovada anualmente. As abelhas são imprescindíveis para polinização.A comercialização é feita ao natural, congelada (frutos inteiros ou polpa) e polpa desidratada.

No Brasil, São Paulo lidera a produção de morangos (31.266 toneladas em 816 ha, 1991). Cerca de 70% da produção’ comercializada in natura e o restante para industrialização. O custo de produção chega a R$30.000,00/ha e cerca de 40% refere-se à colheita e embalagem. Quase toda a produção paulista’ feita nas regiões de Atibaia, Jundiaí e Piedade. Preços mais elevados ocorrem até julho, antes do pico de produção que ocorre em agosto e setembro.


Como Plantar Morango: Variedades

Para consumo ao natural: IAC Campinas, AGF-80, Sequóia e IAC Princesa Isabel;

Para consumo ao natural ou congelamento: Chandler, Dover, Oso Grande, Korona, Toyonoka e Reiko, sendo os dois últimos mais exigentes em frio;

Especial para congelamento: IAC Guarani;

Com potencial para cultivo: Cruz, Florida Belle, Korona, Pajaro, Raritan, Fern e Selva;

Para possível uso ornamental (vasos): Santana, Tristar e Fragaria vesca.
Como Plantar Morango: Clima e Solo

Fern, Selva e Tristar são cultivares insensíveis ao fotoperíodo; F. vesca é de dias longos; os demais mencionados são de dias curtos. Temperatura acima de 30ºC inibe a floração e estimula a produção de estolhos.

A geada danifica flores e frutos, especialmente os imaturos não protegidos pelas folhas.

O desenvolvimento vegetativo ocorre a partir de 9ºC. O morangueiro desenvolve-se melhor em solos de textura média, sem excesso de umidade e de matéria orgânica.
Como Plantar Morango: Época de Plantio

Produção de mudas: setembro a novembro.

Produção de frutos: depende do clima da região de cultivo, variando do início de fevereiro a fins de abril; o plantio escalonado (até junho), em regiões frias, permite estender a colheita de frutos de melhor qualidade, obtidos das primeiras floradas.
Como Plantar Morango: Espaçamento e Mudas Necessárias

Produção de mudas: Entre 1,5 a 3,5 m2 por matriz, obtendo-se de 75 a 150 mudas por metro quadrado para a maioria dos cultivares.

Produção de frutos: 30 x 30 a 35cm, sendo as plantas dispostas em quadrado ou quincôncio, em canteiros com 2 a 4 fileiras, em função do porte do cultivar e da umidade do ar no local. São utilizadas de 65 a 80 mil mudas por hectare, de acordo com o espaçamento e a área de carreadores utilizados.
Como Plantar Morango: Produção de Mudas

Deve constituir atividade distinta da produção de frutos, envolvendo a produção de matrizes em telado (melhor com cobertura de filme plástico) e a multiplicação das matrizes em campo.

Propagar em telado apenas clones livres de vírus. Adotar sistema de propagação em bandejas ou outros recipientes, sem contato direto com o solo, usando substrato ou composto desinfestado quimicamente ou por calor.

Manter rigoroso controle fitossanitário e tomar medidas para evitar mistura de cultivares. Efetuar a multiplicação de campo em terrenos de meia encosta, afastados pelo menos 300m de outros lotes de morangueiro. Usar glebas em pousio, ou cultivadas com leguminosas ou gramíneas, por 2 anos ou mais.

Viveiristas especializados, registrados e fiscalizados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, vêm produzindo a maior parte das mudas consumidas em São Paulo, contudo, muitos produtores de frutos produzem as mudas que usam.

O Instituto Agronômico vem fornecendo matrizes básicas de morangueiro livres de vírus desde 1967. Cooperativas e empresas privadas, algumas utilizando microprogação in vitro, vêm produzindo matrizes.
Como Plantar Morango: Técnica de Plantio

Canteiros com 20 a 50 cm de altura, em função da textura do solo (maior para os pesados), e geralmente 1,2m de largura, para 4 fileiras de plantas. As mudas são normalmente comercializadas de raiz nua e plantadas diretamente nos canteiros de produção de frutos. O enviveiramento em canteiros durante 30 dias, ou o estabelecimento em recipientes, diminui a morte de mudas no transplante e propicia colheitas mais precoces. O plantio é manual.

Usar canteiros em nível, canais para escoamento de água de chuva e forração dos carreadores internos com capim seco.
Como Plantar Morango: Calagem e Adubação

Fazer a calagem e adubação com base em análise de solo. Aplicar calcário para elevar a saturação por base a 80% e o teor mínimo de Mg no solo a 9 mmolc/dm3.

Na produção de mudas, para solo de média fertilidade, aplicar 750 kg/ha de P2O5. Na cova, aplicar 10g de N, 35g de P2O5 e 20g de K2O.

Na produção de morangos, fazer adubação de pré-plantio nos canteiros 25 a 30 dias antes do transplante das mudas: 15 a 30 t/ha de esterco de curral curtido ou 1/4 da quantidade em esterco de galinha, 40 kg/ha de N, 300 a 900 kg/ha de P2O5 e 100 a 400 kg/ha de K2O.

Aplicar o potássio, de preferência na forma de sulfato de potássio. Em cobertura, aplicar 180 kg/ha de N e 90 kg/ha de K2O, parcelando em 6 aplicações mensais, espaçadas de um mês, sendo a primeira no início da floração. O K e o Ca favorecem a firmeza do fruto.

Aplicar micronutrientes em função da necessidade das plantas, maior a partir de julho (2ª florada), utilizando pulverização com os produtos: ácido bórico (5 a 15 g/100 litros de água; fora do período de floração usar de 50 a 150 g), sulfato de zinco (100 a 200g) e sulfato de cobre (250 a 500g).
Como Plantar Morango: Controle de Doenças e Pragas

O uso de mudas sadias é básico para o controle de vírus, fungos, bactérias, nematóides e mesmo de algumas pragas, como o ácaro do enfezamento. Em São Paulo, o uso de matrizes básicas sadias praticamente garante a produção de mudas livres de vírus.

Algumas doenças, como mancha-das-folhas, e pragas, como afídeos e formiga lava-pés, geralmente podem ser controladas quimicamente. Atenção deve ser dada à lagarta-rosca no transplante, ao ácaro-rajado em períodos de temperatura elevada e às podridões de fruto em períodos chuvosos.

Para doenças fúngicas importantes, como “chocolate”, “flor-preta”, murcha de Verticillium e podridões de Phytophthora, adotar medidas preventivas: tratamento de mudas por imersão com fungicidas, plantio em solo não contaminado ou desinfestado, controle da umidade do solo (irrigação e drenagem), uso de adubação equilibrada (evitar excesso de nitrogênio), remoção e destruição de plantas afetadas.

Esta última medida deve ser aplicada com rigor para a mancha-angular (Xanthomonas fragariae), visando erradicar a bactéria causal.

Rotação de cultura, revolvimento do solo e solarização são medidas complementares para fungos de solo e nematóides. Irrigação por aspersão pode auxiliar no controle do ácaro rajado. Usar produtos químicos de forma criteriosa, especialmente quanto ao período de carência.

Visando evitar ao aparecimento de formas resistentes, alternar produtos com diferentes ingredientes ativos, entre os cadastrados para morangueiro em São Paulo:
Inseticidas: abamectin, carbaryl, dimethoate, fenpropathrin, malathion, mevinphos, naled e dichlorvos;
Fungicidas: benomyl, captan, dodine, enxofre, fluazinam, folpet, hidróxido de cobre, iprodione, mancozeb + thiophanate methyl, oxicloreto de cobre, oxicloreto de cobre + mancozeb, procimidone, thiram e thiophanate methyl;
Acaricidas: cyhexatin, enxofre, fenpropathrin, naled e propargite. Outros produtos cadastrados: metaldeyde (iscas moluscicidas para controle de lesmas), brometo de metila e dazomet (desinfestação de canteiros ou de substratos).

Usar cobertura do solo dos canteiros de produção de frutos com lençol plástico (o preto controla mato), fitas de madeira picada ou casca de arroz. Fazer desbaste do excesso de folhas para arejamento das plantas.




Como Plantar Morango: Irrigação e Colheita

Irrigação: Períodos críticos ocorrem logo após o transplante, na formação dos botões, floração e frutificação. Durante o período de colheita, irrigar a cada 2 dias, na capacidade campo. Excesso de umidade na planta dificulta a polinização.

Colheita: O início depende do clima da região, variando de abril (Piedade, culturas de “soqueira” ou “tiguera”), maio (Atibaia/Jundiaí) a junho (regiões de clima mais quente), podendo estender-se até dezembro, com pico em agosto e setembro. É feita manualmente, no ponto de colheita “maduro” para fins industriais ou de “1/2 a 3/4 maduro”, para comercialização in natura. São necessárias seis pessoas fixas por hectare e mais seis no pico de colheita.

Produtividade Normal: 30 a 35 t/ha, podendo chegar a mais 60 t/ha (800 g/planta).
Como Plantar Morango: Rotação e Comercialização

Rotação: Cereais e leguminosas para adubação verde. Tem sido lucrativo o cultivo de alface, abobrinha ou beterraba (esta em Piedade), logo após o morango, devido ao preço elevado dos produtos no verão, aproveitamento de resíduos de adubação, dos canteiros e de mão-de-obra.

Comercialização: Em caixetas (cumbucas) de papelão ou de poliestireno expandido (isopor), com capacidade entre 250 e 800g. Os frutos geralmente são dispostos em fileiras, em uma ou duas camadas. Para mercado mais nobre já se utiliza caixeta plástica transparente e com tampa.

A classificação é por tamanho, sendo “extra” acima de 14g e “de primeira” de 6 a 14g. Para uso industrial a fruta é embalada solta, em caixas de madeira com 5 kg. A conservação do fruto é favorecida em câmara fria a 2ºC e 90% de umidade relativa do ar ou atmosfera com 20% de gás carbônico (CO2); a cobertura de embalagem com filme plástico retarda a retarda a deterioração por reter CO2 produzido pelos frutos.

Fonte: 
https://www.comoplantar.net/como-plantar-morango/

Imagem: 
https://clinicaspersona.com/cp/wp-content/uploads/2016/06/Clinicas-Persona-Morango-1.jpg

Como Plantar Lichia



A lichia (Litchi chinensis Sonn.) é um importante representante da família Sapindaceae, à qual pertence, também, o guaraná (Paulinia cupana).

Existem três subespécies de lichia: a chinensis, phillippenis e javanensis, sendo que a segunda produz frutos não comestíveis e a terceira, frutos de pequeno valor comercial e de interesse apenas na Indochina e em Java.

Portanto, somente a Litchi chinensis chinensis é de interesse econômico e, na qual, distinguem-se duas grandes raças: Lichia da água e Lichia da montanha, sendo que; na China, a primeira tem frutos de melhor qualidade e é cultivada nas terras baixas; já a segunda tem frutos menores, com casca um tanto espinhosa, também comestíveis e é cultivada em altitudes mais elevadas.

A planta atinge 10 a 12 metros de altura e tem tendência a desenvolver ramos direcionados para o solo. O sistema radicular das plantas, originadas de semente, apresenta uma grande raiz pivotante (praticamente ausente nas originadas por processos vegetativos), sendo que as raízes absorventes se distribuem no perfil do solo até uma profundidade de 1.0 metro. As folhas são alternadas e compostas, o número de folíolos varia de 2 a 12. A inflorescência é em panícula, produzida em ramo do ano e composta de centenas de pequenas flores brancas. Normalmente, a florada começa em fins do inverno a início da primavera, sendo que ocorrem três tipos de flores que se abrem, consecutivamente, na mesma panícula:

Flor tipo I: funcionalmente masculina

Flor tipo II : funcionalmente feminina

Flor tipo III: funcionalmente masculina

O fruto é uma drupa de forma e tamanho variáveis, dependendo do cultivar; pode ser redondo, oval ou cordiforme e atingir até 5 cm de comprimento por 4 cm de largura; o peso pode variar de 10 a 35 g. A casca é vermelho-brilhante (quando maduro), delgada, coriácea e quebradiça. A polpa é, normalmente, branca e translúcida. A semente é marrom-brilhante, com tamanho aproximado de l0 a 18% do fruto. Pode ocorrer aborto de sementes, as chamadas “língua-de-galinha”, o que não diminui muito o tamanho dos frutos, que passam a ser preferidos por apresentarem uma maior porcentagem de polpa.
Como Plantar Lichia: Disseminação e Valor Nutricional

A disseminação da cultura da lichia aconteceu recentemente, sendo que há séculos vem sendo cultivada na China, região de origem, de onde foi levada para a Índia e outras regiões. Atualmente, os maiores produtores são China, Tailândia, Índia, Estados Unidos (Flórida e Havaí) e Nepal.

O fruto é rico em minerais e vitaminas, contendo por l00g de polpa: água (82,lg), calorias (65), proteína (0,8g), gorduras (0.4g), carboidratos (l6,3g), fibras (0,2g), Ca (l0mg), P (29mg), Fe (0,3mg), Na (3mg), K (l70mg), Tiamina (0,50mg), Riboflavina (0,60mg), Niacina (0,6mg) e Vitamina C (50mg).
Como Plantar Lichia: Variedades

Podem-se citar inúmeras variedades de lichia, que são definidas observando as seguintes características: período de maturação, vigor da planta, forma, tamanho e coloração das folhas, produtividade, forma, tamanho, textura e coloração da casca dos frutos, textura e aroma da polpa, tamanho da semente e porcentagem de ocorrência de “semente abortada” (lingua-de-galinha) Martins (1992).

Segundo Donadio (1987), as variedades mais plantadas são as chinesas, incluindo a mais conhecida ‘Brewster’; mas também são utilizadas variedades selecionadas indianas, hawaianas e as da África do Sul. Na China, tem-se as variedades Brewster (Chen Purple), ‘Kwai Mi’, ‘Hak Ip’, ‘No Mai Tez’ e ‘Wai Chi’. Na Índia, tem-se as variedades ‘Calcutá’, ‘Dehra’, ‘Dun’, ‘Early Large Red’, ‘Early Seedless’, ‘Honh Kong’, ‘Late Seedless’, ‘Mazzaferpur’, ‘Rose Santed’, ‘Saharampur’, ‘Seedless l’ e ‘Seedless 2’. No Havaí, tem-se a ‘Groff’, a ‘Charley tong’ e a ‘Hilo’. Na África do Sul, tem-se a ‘Mauritius’. Já no Brasil, a partir de sementes trazidas dos Estados Unidos, foi selecionada uma variedade a ‘Americana’que, provavelmente, da variedade chinesa conhecida como ‘No Mai Tse’.

As principais variedades cultivadas nas regiões subtropicais são: ‘Bengal‘, ‘Brewster‘, ‘Mauritius‘, ‘Sweet clift‘, ‘Americana‘ e ‘Groff‘.
Bengal

Maturação precoce, a planta apresenta moderado vigor. Os frutos são cordiformes (em forma de coração), com peso médio de 21 g, coloração vermelho-brilhante, polpa firme e de boa qualidade e 65% do fruto, semente grande e com cerca de 20-35% de abortos.

Originada de semente e selecionada na Flórida a partir da variedade indiana Purbi. Os limbos dos folíolos são grandes com leve ondulação. A planta é vigorosa e apresenta frutificação irregular.
Brewster

Maturação mais precoce que a ‘Bengal’, planta vigorosa de crescimento ereto. Os frutos são elípticos, com peso médio de 23 g, coloração vermelho brilhante, polpa macia, de qualidade aceitável, cerca de 74%, de sabor ácido, a menos que esteja bem madura. Semente de tamanho mediano a grande e com 30 – 50% de abortos. Quanto ao aspecto dos frutos, é bastante semelhante aos da ‘Bengal’; no entanto, não se apresentam em cachos tão compactos.

Tem origem na província chinesa de Fujian, onde foi selecionada pelo Reverendo W.M. Brewster, de quem recebeu o nome. Entretanto, é a mesma que a variedade chinesa Chen Zi. Os limbos dos folíolos são grandes, verde-escuros, ondulados e com ápice ligeiramente voltado para baixo. A planta é vigorosa e apresenta frutificação irregular.
Mauritius

Maturação precoce, planta com alto vigor, copa muito aberta e muito sensível a ventos. Os frutos são ovóides a cordiformes, com peso médio de 24 g, coloração vermelha, mas um pouco escuro quando maduro, polpa de qualidade aceitável e em torno de 71%. Semente grande com cerca de 15 – 20% de abortos. Muito produtiva, mas o fruto não tem boa qualidade a não ser que esteja totalmente maduro, mas, neste caso, a coloração não é boa.

Corresponde à variedade chinesa Tai So. A semente é grande. Polpa doce e sucosa. A ocorrência de sementes abortadas é de cerca de 15%. Os folíolos são grandes, largos e levemente ondulados. A planta tem grande vigor e apresenta frutificação irregular na Austrália, mas na China e África do Sul, a frutificação é regular.
Sweet Clift

Na China, é conhecida como ‘Wai Chee’. Fruto pequeno (17g.), ovalado e vermelho-intenso. A semente é pequena. A polpa corresponde a 68% do fruto, é sucosa e doce. A ocorrência de sementes abortadas é de 35%. É a variedade de maturação mais tardia. Os folíolos são pequenos, ovalados e ondulados. A planta tem pouco vigor e apresenta frutificação regular.
Americana

Variedade brasileira, selecionada a partir de sementes trazidas dos EUA, da variedade No Mai Tszé. Apresenta fruto cordiforme, com cerca de 18 g, e coloração vermelho-intensa. Ocorrência de cerca de 30 a 50% de sementes abortadas. Excelente qualidade. Produção entre regular e alternante, com rendimento moderado.
Groff

Corresponde a variedade chinesa Souey Tung. Fruto pequeno (14g), cordiforme e vermelho escuro. A semente praticamente não existe, pois a porcentagem de abortadas é de 90-100%. A polpa é doce e de excelente qualidade. Os folíolos são pequeno e ondulados. A planta tem pouco vigor médio e apresenta frutificação irregular.

Há um grande número de variedades de lichia que são definidas por características como: período de maturação, vigor da planta, forma, tamanho e coloração das folhas, produtividade, forma e tamanho do fruto, textura da polpa, tamanho da “língua-de-galinha”.
Como Plantar Lichia: Propagação

A propagação comercial da lichia é feita por processo vegetativo, sendo mais comum a alporquia. Entretanto, podem ser utilizados outros métodos, tais como: por semente, enxertia ou estaquia.
Propagação por Sementes

Este processo, geralmente, não é utilizado, uma vez que plantas de pés-francos são geneticamente desuniformes, apresentam um longo período juvenil (demoram 10 anos ou mais para. começarem a produzir), além de alternância de produção e frutos de baixa qualidade. Entretanto, novas cultivares podem ser obtidas através de seleção de pés-francos que tenham características interessantes.

As sementes podem ser armazenadas por até 4 semanas, desde que mantidas dentro do fruto. Uma vez as sementes retiradas, começam a perder viabilidade em 24 horas e, após 4 a 14 dias, não mais germinam. Sementes armazenadas em água, por 24 horas, têm maior germinação do que as mantidas em vermiculita ou condições ambiente. Recomenda-se o armazenamento em esfagno úmido, a 8oC, por até 8 semanas.

A semeadura deve ser feita em substrato com boa aeração, parcialmente sombreado, na posição horizontal e a uma distância entre si, de 1 a 2,5 cm. A germinação dá-se em 3 dias, sendo preferível a semeadura em bandejas com posterior transplante para sacos plásticos, quando as mudas estiverem com 10-15cm. de altura.

Este processo só é utilizado quando se visa a trabalhos de melhoramento ou produção de porta-enxertos.
Enxertia

Há evidência de que os chineses têm realizado enxertia de lichia há séculos, apesar disto, o método não é utilizado pelos viveiristas por apresentar baixa porcentagem de pegamento.
Garfagem

Existem alguns processos para se obter um maior pegamento do enxerto, um deles é realizar anelamento do ramo, 3 a 4 semanas antes da enxertia, ou utilizar garfos da porção não terminal do ramo. Entretanto, o insucesso pode ser devido a características da própria planta, pois o câmbio é ativo em somente um terço de sua circunferência, num dado momento ou, ainda, por incompatibilidade entre as partes.

A enxertia por garfagem pode ser feita por fenda cheia, inglês-simples ou complicado, utilizando-se de garfos com 3 a 5 cm de comprimento e cavalos com cerca de 2 anos de idade. Em condições de temperatura favorável, as gemas começam a se desenvolver em 3 a 4 semanas. Quando a muda estiver com 50 a 100 cm de altura, estará em condições de ir para o campo.

Este processo deve ser reconsiderado, uma vez que podemos obter vantagens do uso de porta-enxertos, tais como: controle do amanho da planta ou hábito de crescimento, da produção, qualidade e tamanho do fruto, resistência a frio, pragas e doenças, além de tolerância a diferentes condições de solo.
Borbulhia

A enxertia por borbulhia pode ser feita por T invertido ou janela aberta, sendo que este último é menos usado e tem menor pegamento, sendo utilizado, apenas, quando a casca não se solta.

A seleção do estádio da borbulha é mais crítico do que o processo de borbulhia ou estádio do porta-enxerto. Recomenda-se a retirada de borbulhas de ramos vigorosos, ainda verdes e que apresentem gemas axilares proeminentes.
Estaquia

A propagação da lichia por estaquia não é utilizada pelos viveiristas por depender de diversos fatores, como genótipo, condições fisiológicas da planta, tipo de ramo e condições ambientais, além de infra-estrutura complexa.

Ao se utilizar de técnicas corretas, pode-se obter alta porcentagem de enraizamento, que ocorre 2 a 4 meses após a estaquia. Após este período, devem ser mantidas em sacos plásticos, em lugar sombreado, por 15 a 20 meses, quando atingem 50 a 60 cm e estarão em condições de ser plantadas no campo.

Neste processo, devemos utilizar estacas herbáceas, com cerca de 15 cm de comprimento, um par de folhas e mantidas sob nebulização intermitente. A aplicação de auxinas pode melhorar a porcentagem e uniformidade de enraizamento, além de antecipá-lo e aumentar o número e comprimento das raízes.

Apesar de este processo não ser utilizado, é indicado por diminuir o período juvenil, originar plantas uniformes e permitir a obtenção de um grande número de mudas a partir de uma única planta matriz.
Alporquia

É o método mais utilizado. Entretanto, ao se obter um grande número de mudas, provoca-se grandes danos à planta matriz.

Recomenda-se utilizar ramos com 1,5 a 2,5 cm. de diâmetro e 45 a 60cm de comprimento, obtendo-se uma porcentagem de enraizamento superior a 90%. Pode ser realizado em qualquer época do ano, desde que se tenha umidade suficiente, mas os melhores resultados são obtidos na primavera.

O processo inicia-se com o anelamento do ramo, retirando-se um anel de 1,5 a 2,5 cm de largura. A injúria deve ser coberta com substrato que retenha umidade (solo, esfagno, etc.) e coberto com plástico. O processo pode ser melhorado pela aplicação de auxina na região anelada, o que melhora o enraizamento e diminui o período de obtenção da muda.

Uma vez o ramo enraizado, deve ser separado da planta matriz, época em que se deve retirar de 50 a 70% das folhas para se diminuir a transpiração. As mudas deverão, então, ser mantidas em ambientes quentes, sombreados, com alta umidade e protegidas de ventos. As mudas estarão aptas para ser plantadas no campo, após passarem por dois fluxos vegetativos (cerca de 12 meses).

Recomenda-se manter as plantas, obtidas por alporquia, sob nebulização intermitente, melhorando o crescimento e sobrevivência, além do que esta prática permite a retenção das folhas, acelerando o estabelecimento da muda.
Como Plantar Lichia: Clima

A lichia é bastante exigente com relação ao clima, desenvolve-se bem, mas não produz satisfatoriamente em regiões tropicais, adaptando-se melhor em regiões onde o clima é frio e seco antes do florescimento e, no resto do ano quente e úmido. A planta resiste mais o frio do que a mangueira e menos do que a laranjeira. A faixa de temperatura ideal, para esta fruteira, situa-se entre 20 a 35ºC, sendo que paralisa totalmente sua atividade, vegetativa abaixo de 15 ou 16ºC.

As folhas novas são sensíveis a ventos, necessitando, portanto, da instalação de quebra-ventos nas áreas onde eles ocorrem.

Com relação à precipitação, o ideal encontra-se entre 1250 e 1700 mm. A exigência em água é maior nas plantas novas e naquelas em produção. Entretanto, a planta encontra-se sob estresse hídrico quando sob condições de dias quentes, secos, de baixa umidade relativa e ocorrência de ventos, mesmo sob alta umidade do solo.

O clima é um dos fatores mais importantes que afetam a iniciação floral, favorecida por temperaturas baixas e estresse hídrico; o florescimento é maior nos locais onde ocorrem temperaturas abaixo de 13oC por 200 horas ou mais. Entretanto, estes fatores por si só não são suficientes, pois o florescimento pode ocorrer sem passar por estas condições, mostrando que fatores nutricionais e hormonais também, estão envolvidos.
Como Plantar Lichia: Solo

A lichia não é muito exigente em solo, apesar de preferir os leves, profundos e com alto teor de matéria orgânica, que pode ser substituída por adubações adequadas. O pH deve estar entre 5,5 e 6,5, suportando solos mais ácidos que a mangueira e abacateiro; adapta-se a solos com pH até 8,5, desde que haja fornecimento de micronutrientes. A maior exigência é nos primeiros anos da cultura, quando necessita de alto teor de matéria orgânica para um bom desenvolvimento.

Plantio

O espaçamento de plantio deve ser de l0 x l0m, resultando em 100 plantas por hectare. Entretanto, seria interessante uma melhor utilização da área, utilizando-se de espaçamento de 6 x 6m, fazendo-se um desbaste quando as plantas estiverem com cerca de 15 anos, deixando-as espaçadas de l2 x l2m. Este método permite-nos a colheita da produção de 134 plantas por hectare, por um período de cerca de 10 anos.

O plantio deve ser realizado, preferencialmente, em dias nublados, e em covas previamente adubadas com 5kg de esterco de curral e 500g de superfosfato simples. Após o plantio deve-se promover irrigação sempre que for necessário e tutorar a planta, . pelo menos no primeiro ano, a fim de se evitar danos no sistema radicular.
Como Plantar Lichia: Práticas Culturais
Controle de Ervas Daninhas

A cultura deve ser mantida no.limpo, devido a ter um sistema radicular superficial. Podem ser usados herbicidas de pós-emergência como Paraquat ou Glifosate, evitando-se atingir as folhas, o que provocaria problemas de fitotoxicidade. Durante os primeiros anos de cultivo da cultura, é interessante que se faça cobertura morta sobre as plantas, o que auxilia no controle de ervas daninhas, além de manter a umidade.
Poda

A planta deve ser conduzida em haste única até uma altura de, no mínimo 50 cm, quando se deixam 3 a 4 ramos fortes e bem distribuídos que darão origem à copa. Na época da colheita, deve-se retirar, juntamente com o cacho, cerca de 20 cm dos ramos, esta prática estimula a produção de um maior número de ramos terminais. Recomenda-se, ainda, poda de limpeza e aeração, para uma melhor penetração dos raios solares.

Nos pomares com plantio adensado, devem-se podar os ramos que se sobrepõem, entre plantas vizinhas.
Anelamento

A prática do anelamento visa a evitar alternância de produção. No ano seguinte ao de uma boa produção, antes do inverno (março a abril), realiza-se o anelamento de ramos com, no mínimo, 1,5 cm de diâmetro na região a ser anelada. O processo consiste numa incisão de 0,16 a 0.40 cm, por toda a circunferência do ramo.

O anelamento não é recomendado como prática habitual, uma vez que os resultados são variáveis e seu uso, com freqüência, resulta em diminuição do crescimento da planta, frutos pequenos e morte dos ramos anelados.
Uso de Reguladores de Crescimento

Os reguladores podem induzir a dormência vegetativa e estimular o florescimento, quando aplicados no inverno; já, quando usados no florescimento, melhora a frutificação e diminui a queda de frutos. Em ambos os casos, é utilizado o Ácido Naftaleno Acético (ANA) nas doses de 100 e 10ppm, respectivamente. Entretanto, os resultados obtidos são bastante inconsistentes, pois há influência do clima e estado nutricional da planta.
Como Plantar Lichia: Adubação

As adubações devem ser feitas com base no estádio e produção da planta. Sabe-se que exportam, na colheita, a cada 100 kg de frutos, cerca de 90-250g de nitrogênio; 35-50g de fósforo; 240-320g de potássio; 20-60g de cálcio; 2,0-2,5g de cloro; 1,0- 1,4g de sódio; 0,6-1,3g de ferro; 0,4-0,7g de manganês; 0,7-1,0g de zinco; 0,5-1,0g de cobre e 0,3-0,7g de boro. Entretanto, os pomares comerciais são adubados com base em recomendações pré-estabelecidas, como a que se segue:





Do primeiro ao quinto ano, o nitrogênio deve ser parcelado entre a primavera e o verão. Do sexto ano em diante, em duas parcelas, a primeira antes da florada e a segunda logo após a colheita.

O fósforo deve ser aplicado de uma só vez, após a colheita. O potássio é aplicado da mesma forma que o nitrogênio.

Fonte: https://www.comoplantar.net/como-plantar-lichia/